Sinopse:
Rapaz da classe média mata a navalhadas o pai e a mãe e vai assistir ao filme "Perdidas de Amor", no qual um homem mata uma mulher por amor. Ao mesmo tempo, duas jovens se amam e uma delas mata a mãe que as critica; o marido mata a mulher que reclama das dificuldades financeiras.
Ficha Tecnica:
Título Original: Matou a Família e Foi ao Cinema
Gênero: Drama
Duração: 80 min.
Lançamento (Brasil): 1969
Distribuição: M.A. Filmes e U.C.B.
Direção: Júlio Bressane
Assistente de direção: Guará Rodrigues
Roteiro: Júlio Bressane
Produção: Belair Filmes e Júlio Bressane
Música: Roberto Carlos
Fotografia: Thiago Veloso
Desenho de Produção: Guaracy Rodrigues
Edição: Geraldo Veloso
Elenco:
Márcia Rodrigues
Renata Sorrah
Antero de Oliveira
Vanda Lacerda
Paulo Padilha
Rodolfo Arena
Carlos Eduardo Dolabella
Guará Rodrigues
Lílian Lemmertz
Curiosidades:
• É um dos clássicos do cinema marginal brasileiro
• Teve um remake com o mesmo título, dirigido por Neville d'Almeida.
• Importante obra do Cinema Marginal carioca
Mas sobre o filme:
Júlio Bressane nasceu no ano de 1946 na cidade do Rio de Janeiro. Sua primeira incursão cinematográfica se deu em 1965 como assistente de direção de Menino de Engenho, de Walter Lima Junior, e com os curtas Lima Barreto e Bethânia bem de perto. Em seguida realizaria seu primeiro longa, Cara a Cara (1967), sendo somente com O Anjo Nasceu e, principalmente, Matou a Família e Foi ao Cinema (ambos de 1969) que o diretor ganharia maior notoriedade, se tornando um dos mais conceituados e prolíficos cineastas brasileiros
Matou a Família e foi ao Cinema é tido como um dos marcos iniciais do Cinema Marginal, e Bressane como um dos responsáveis (juntamente com Rogério Sganzerla e seu Bandido da Luz Vermelha) por imprimir um maior radicalismo ao cinema nacional, articular uma série de questionamentos sobre a estrutura e natureza do filme, além de aperfeiçoar a “estética do lixo”, característica do Marginal. A abordagem propunha incorporar elementos anteriormente excluídos pelo chamado cinema “culto” e utilizá-los de maneira radical e inovadora. O Cinema Marginal surgiu na década de 60 e foi influenciado pelas mais variadas esferas, desde os movimentos artísticos de contracultura da época (o Tropicalismo, por exemplo) até o universo popular, ou da “cultura de massa”, como o samba, a pornochanchada, o melodrama e as manchetes violentas de jornais. Alguns dos diretores Marginais foram Ozualdo Candeias, Andréa Tonacci, Ivan Cardoso e, principalmente, Rogério Sganzerla - com o qual Bressane desenvolveu um diálogo mais evidente e de cuja parceria resultou, além de vários filmes, a criação de uma produtora (Belair).
Rodado em apenas 12 dias e por um diretor de 23 anos, Matou a Família e foi ao Cinema possui um caráter combativo e imediatista que reflete o contexto político do país (ditadura militar) e, ao mesmo tempo, revela uma visão desconstrutivista e experimental sobre a narrativa e estética clássica no cinema. O filme é construído através de uma rede de personagens e situações que, aparentemente desconexas, se articulam de forma a provocar o espectador, e acarretar uma reflexão mais profunda tanto no âmbito do cinema quanto política e socialmente. Matou a Família e foi ao Cinema foi lançado em 11 cinemas, mas retirado pela censura na segunda semana de exibição.
Ao longo dos 40 anos de carreira o diretor realizaria um total de 23 longas, sendo que a partir dos anos 80 seus filmes tomariam um rumo distinto do seu início “marginal”, se tornando cada vez mais pessoais e introspectivos.
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